TARDE
Vago sabor de outono
E de coisas extintas.
Nem desejos nem dor...
Meu coração esquece.
No ar parado voga
Talvez uma saudade
De tudo que perdi,
De tudo que não fui.
Ninguém chama por mim
Nem chamo por ninguém.
Instante calmo e triste...
Como a vida está longe!
No dia húmido cai
Um silêncio dormente.
Uma música ausente
Meu coração embala.
In “As Folhas de Poesia Távola Redonda"
Fundação Calouste Gulbenkian
Boletim Cultural – Série VI – n.º 11 – Outubro de 1988
Luís Amaro
N. 1923
. Mais poesia em