SEGREDOS DA ALMA,
A ALMA OS ADVINHA
Em encobria a dor folgando amargurada,
para ninguém jamais saber do meu segredo.
Amor, como eu te amava! A ânsia, o louco medo
que esta afeição por ti viesse a ser notada!
Quanta vez sorri em lágrimas banhada
a disfarçar o pranto amargo em riso ledo
como se fosse o sol de manhãzinha cedo
chispando, todo fogo, em cima da geada!
E tudo quanto fiz de nada me valeu
porque hoje o meu segredo, Amigo, é todo teu.
A eloquência do amor no silêncio é que existe.
Que importa que um sorriso afogue e mate um ai,
se a alma se não prende e é sempre quem nos trai1?
Deus nos guarde o destino heróico, belo e triste.
In “Sinfonia da Terra”
Livraria Editora Educação Nacional – 1943 – Porto
Isaura Matias de Andrade
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