RECORD
É sempre a mesma coisa; um desenlace
De comédia, de força, que não muda!
Pobre de quem amando o sonho iluda!
Viveria feliz, se nunca amasse.
Eras um anjo no candor da face,
D’um aspecto gentil, grave, sisuda:
Tudo ilusão! Seria a dor aguda,
Se eu, filósofo, a rir a não domasse!
Eu era o quinto! Vais no sexto agora:
Uns loiros, outros altos, outros baixos.
Por esse caminhar, anos fora,
Terás aos trinta, a conceder penachos,
Oh tu, gentil, que esta minh’alma adora,
Uma sumptuosa lista de cem machos!
In “Ecos do Passado” – 1914
Companhia Portuguesa Editora – Porto
João Penha
1838 – 1919
. Mais poesia em