SILÊNCIO
Escuro ciciar do vento
na seara
A vítima pronta ao sofrimento
As raízes estão caladas
mas as espigas
sabem muitas línguas maternas -
E o sal no mar
chora na distância
A pedra é uma existência de fogo
e os elementos puxam pelas cadias
pra a união
quando a escrita espectral das nuvens
recolhe imagens primevas
Mistério na fronteira da morte
«Põe o dedo nos lábios:
Silêncio Silêncio Silêncio»
In “Poemas de Nelly Sachs”
Versão portuguesa e introdução de Paulo Quintela
Editora Portugália
Nelly Sachcs
(Poetisa Alemã)
1891 – 1970
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