MATER DOLOROSA
Quando se fez ao largo a nave escura,
na praia essa mulher ficou chorando,
no doloroso aspecto figurando
a lacrimosa estátua da amargura.
Dos céus a curva era tranquila e pura;
das gementes alcíones o bando
via-se ao longe, em círculos, voando
dos mares sobre a cérula planura.
Nas ondas se atufara o Sol radioso,
e a Lua sucedera, astro mavioso,
de alvor banhando os alcantis das fragas!...
E aquela pobre mãe, não dando conta
que o sol morrera, e que o luar desponta,
a vista embebe na amplidão das vagas...
In “Nocturnos”
Gonçalves Crespo
1846 – 1883
CONSOLAÇÃOQuando à noite no baile esplendoroso Vais na onda da valsa arrebatada Com a serena fronte reclinada Sobre o pe...
. Mais poesia em