FRAGILIDADE DO ALÍVIO
Se me ponho quieto, e pensativo;
Com memórias a ideia fatigando,
Sobra à Morte o andar escogitando
Para acabar-me a vida, outro motivo.
Antes de tantas lástimas cativo,
Por tantos casos míseros passando,
Não sei como em meus males contemplando.
De peso tão profundo escapo vivo.
Só tenho algum alívio enquanto dura
A quimera de um vago pensamento
Que aéreas esperanças me assegura:
Triste alívio! infeliz contentamento!
Que para sustentar minha ventura,
Não tem mais cabedal, que o fingimento.
In “As Rimas” – 1717
Off. de Joseph Antunes da Sylva – Coimbra
Francisco de Pina e Melo
1695 – 1773
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