A CASA
Aqui projectei a minha casa:
alta, perpétua, de pedra e claridade.
O basalto negro, poroso
viria da Mesquita.
Do Riboque o barro vermelho
da cor dos ibiscos
para o telhado.
Enorme era a janela e de vidro
que a sala exigia um certo ar de praça.
O quintal era plano, redondo
sem trancas nos caminhos.
Sobre os escombros da cidade morta
projectei a minha casa
recortada contra o mar.
Aqui.
Sonho ainda o pilar -
uma rectidão de torre, de altar.
Ouço murmúrios de barcos
na varanda azul.
E reinvento em cada rosto fio
a fio
as linhas inacabadas do projecto.
In "O Útero da Casa"
Editorial Caminho
Conceição Lima
(Poetisa de S. Tomé e Príncipe)
N. 1961
ANTES DO POEMA I Quando o luar caiu e tingiu de magia os verdes da ilha cheguei, mas tu já não eras. Cheguei quan...
. Mais poesia em