BLUES PARA UM FUNERAL
Parem os relógios, desliguem os telefones,
Não deixem o cão ladrar ao ver os ossos.
Mantenham os pianos fechados e batam em tambores,
Tragam o caixão, e a segui-lo o cortejo fúnebre.
Que o avião circule sobre nós em sinal de luto
Escrevendo com fumo no céu: Ele morreu,
Enfeitem com laços as pombas da cidade,
E aos polícias de trânsito ponham luvas pretas de algodão.
Ele era meu Norte, meu Sul, meu Este e Oeste,
A minha semana de trabalho, a folga de domingo,
O meu dia e noite, a minha conversa e a minha canção.
Pensei que o amor era eterno: enganei-me.
As estrelas não são precisas; apaguem-nas todas,
Embrulhem a lua e escondam o sol,
Esvaziem o oceano e varram a floresta,
Porque o que resta não vale a pena.
In “Poemas de Amor” – Versões Ana Leal
Edição Alma Azul – Janeiro.2006
W. H. Auden
(Poeta Inglês)
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