SINTO A PERFEIÇÃO DE UM CORPO
Sinto a perfeição de um corpo
e nos seus olhos perpassa um pouco o medo.
Serei eu quem tu vês?
Quem me abraçou outro dia não é já quem me abraça?
Sinto o não e o sim - e a inflexão da noite.
Vivo à superfície de um corpo negro e fundo.
O amplexo é real
e o que escrevo é o frémito.
Porque é tudo tão breve e tão longo, não sei.
Tenho os olhos fechados de abertos de ternura.
Tenho um pouco a paz de uma noite vivida.
Ciclo do Cavalo – 1975
In “SIGNOS”
Lisboa Editora
António Ramos Rosa
1924 – 2013
NÃO TENHO LÁGRIMAS Não tenho lágrimas estou mais baixo junto à cal Vejo o solo extinto não oiço ninguém e não regres...
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