SONS DAS PALAVRAS
Poesia é tudo não sendo nada,
é obra inacabada.
É o sentir de toda a gente,
é o escrever de quem não mente.
É a escrita alterada, a vida reinventada, o sentir da madrugada.
Poesia é tudo não sendo nada.
Poesia é o choro da criança, é a lembrança,
é a herança, é a música traduzida numa dança,
é a esperança.
É a garganta que mesmo rouca canta,
é o encantamento que encanta.
Poesia é obra inacabada,
Poesia é tudo não sendo nada.
Poesia é a luz do luar,
É a penumbra para iluminar, é a aurora de um novo dia a raiar.
É o sol e a luz solar, são os trovões e o trovejar,
é a chuva e o molhar, é a água de um rio a passar, é o correr
desse rio até ao mar.
Poesia é obra inacabada,
Poesia é tudo não sendo nada.
Poesia é o acordar, o almoçar, o lanchar, o deitar, o procriar, é o sonhar.
Poesia é obra inacabada,
Poesia é tudo não sendo nada.
Poesia és tu, somos nós, quando podemos e estamos sós
no meio de muita gente, que não sente, que mente,
que não se assume de frente.
Poesia é obra inacabada,
Poesia é tudo não sendo nada.
In “Sons das Palavras”
Leandro Carvalho dos Santos
N.1957
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