MURMURANDO
Quando a luz da madrugada
tinge o céu em linda côr,
a Natureza acordada
murmura um hino d’amor.
Murmura a fonte chorando,
a desfiar seus segredos;
enquanto o vento, passando,
murmura entre os arvoredos.
Ao longe as águas do mar,
rolando em fulvas areias,
têm murmúrios de sereias,
por entre o seu marulhar.
A bordar loucas esp’ranças
num sonho belo, doirado,
murmuram lindas crianças,
de rosto puro, rosado.
A murmurar com saudade,
os velhos vão recordando
os tempos da mocidade,
um após outro lembrando…
In “Trovas Portuguesas” – Porto – 1924
Casa Editora de A. Figueirinhas
Campos Teixeira
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