NATAL
Estendeu as mãozitas para o Céu
E lá do Céu uma estrela sorria...
Mas o pobre Menino bem sabia
Que a estrela estava distante...
- Foi nessa noite que o Menino nasceu...
Quem nasce não sabe...
Mas o Menino já sabia,
Ó noite de Natal
Tão gélida tão fria!...
Para vestir o Menino
Quem lhe dá o enxoval?
Treme de frio coitadinho,
Nas palhas do bercinho
Daquele humilde curral.
A Estrela cortou o céu
E sobre o Menino desceu
E nesse instante fugiu!...
Depois, já era luzeiro
Aquele humilde curral!...
Mas inda não era dia,
Porque o sol não nascia...
E das bandas do deserto
Uma caravana surgia!...
Sobre as palhinhas geladas,
Nuzinho como nasceu,
O Menino a tiritar
Sorria... Para o Céu!...
In “Saudades de Amor” - 1966
Jacinto de Almeida
. Mais poesia em
. Eu li...
. Eu li... Charles Baudelai...
. Eu li... Carlos Drummont ...
. Eu li... Juan Ramón Jimén...
. Eu li... Vincenzo Cardare...