DESÂNIMO
Ai! Quanta amargura, quanta,
o teu coração sofreu!...
Vai, triste, um cipreste planta,
onde a ventura morreu!...
Julgam-te feliz, porquê?
Por teu sorrir contrafeito?
Não sabes que ninguém vê
as mágoas que vão em teu peito?
Quanta lágrima em perlada
vertes, pobre coração,
na profunda solidão
duma noite constelada!...
Mas chora, meu peito, chora,
não comprimas teu sofrer!...
Ah, ninguém te embala, embora,
chora, que hás-de adormecer!...
In “Saudades de Amor” – 1966
Jacinto de Almeida
. Mais poesia em
. Eu li...
. Eu li... Charles Baudelai...
. Eu li... Carlos Drummont ...
. Eu li... Juan Ramón Jimén...
. Eu li... Vincenzo Cardare...