LAMENTO DO POETA OBJECTIVO
Anda-me o amor tomando a própria vida,
como se, amando, eu existisse mais.
E leva-me o Destino em voz traída,
como se houvera encontros desiguais.
A multidão me cerca, e, renascida,
já dela terei fome de sinais.
E, mal a noite se demora ardida,
o medo e a solidão me esfriam tais
as cinzas desse amor que sacrifico.
Não é futura a só miséria. A queixa
também não é: e apenas acontece
no vácuo imenso que este amor me deixa,
quando maior, quando de si mais rico,
se dá de mundo em mundo, e lá me esquece.
In “Post-Scriptum”
Jorge de Sena
1919 – 1978
"QUEM A TEM..." Não hei-de morrer sem saber Qual a cor da liberdade. Eu não posso senão ser Desta terra em que nasci...
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