Domingo, 15 de Novembro de 2009

Eu li... Marianne Moore

OS PEIXES

 

Avançam penosamente

através do negro jade.
Das conchas de mexilhão, azul-corvo, uma contínua

a ajustar os montes de cinza;
abrindo-se e fechando-se como

 

um

leque danificado.
As lapas, que se incrustam do lado
da ondulação, não se podem ali

esconder pois os raios de luz submersos do

 

sol,
divididos como fios

de vidro, movem-se com a rapidez de projectores

penetrando nas fendas –

fora e dentro iluminando


o

mar turquesa

desses corpos. A água impele um pedaço
de ferro por entre a férrea aresta

da falésia onde as estrelas,


grãos

de arroz rosados, a alforreca

salpicada de tinta, caranguejos como lírios
verdes, e cogumelos

venosos submarinos, deslizam uns sobre os outros.

 

Todas

as marcas
externas de violação estão patentes neste

edifício desafiador –

todos as características físicas do

 

de-

sastre –, ausência

de cornija, rastos de dinamite, queimaduras e

golpes de machado, eis o que sobressai

nele; a vertente do abismo está

 

morta.

Repetida
evidência  que provou como consegue viver

onde não pode a sua juventude

renascer. Aí, o mar envelhece.

 

 

In”Poemas de Marianne Moore e Elisabeth Bishop”

Tradução de Maria Lourdes Guimarães

Campo das Letras

 

Marianne Moore

(Poetisa Americana)

 

 

publicado por cateespero às 00:00
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