JÁ SE DERRETE A NEVE
Já se derrete a neve, e da montanha
Em líquida corrente ao vale desce,
Os campos rega, as margens humedece,
Borrifa a tenra flor, a relva banha.
No monte a brenha, o mato na campanha
No bosque a planta, enfim tudo floresce;
Até no tronco antigo a hera cresce,
E a rude penha novo musgo ganha.
O fresco Abril em toda a parte arvora
O verde pavilhão, em que se esmera
Toda a pompa gentil, que produz Flora.
Tudo alegre se vê; somente austera
Não quis a minha sorte, que até agora
Chegasse para mim a Primavera.
Paulino Cabral
(Abade de Jazente)
. Mais poesia em
. Eu li...
. Eu li... Charles Baudelai...
. Eu li... Carlos Drummont ...
. Eu li... Juan Ramón Jimén...
. Eu li... Vincenzo Cardare...